sábado, 28 de abril de 2018

BARRETOS: HISTÓRIA E JORNAIS


ARTIGO PUBLICADO PELA PROFª ESP. KARLA O. ARMANI, EM MAIO DE 2015, NO JORNAL "O DIÁRIO DE BARRETOS" 


            Leitor amigo, na semana passada, o artigo desta colunista se dedicou em poucas linhas a falar sobre como a história local foi se tornando nas décadas finais do século XX em uma vertente da historiografia. Como antigamente essa vertente era escrita por intelectuais letrados, é necessário que os destaquemos, já que os mesmos foram os responsáveis pelos primeiros registros históricos das cidades, pelos testemunhos orais coletados, documentos antigos recuperados e até as peças de museus.
            Em Barretos, também tivemos intelectuais que se aventuraram em escrever sobre a história da cidade, quando esta ainda não possuía nem meio século de fundação oficial. Para tal, usavam dos jornais para registrarem suas pesquisas e opiniões de fatos históricos. Façamos então um traçado breve destes escritores na primeira metade do século XX.
            O  coronel Jesuíno de Melo teria sido o primeiro deles. No jornal “O Sertanejo” de 1900, ele escrevia em sua coluna “Tradições de Barretos” artigos sobre a origem da cidade, a família Barreto, os primeiros povoadores e aspectos da paisagem, fauna e flora locais. Ainda nas primeiras décadas do século, tínhamos a coluna “Esboços” de autoria de Caà-Ubi, pseudônimo de Osório Rocha, onde se mesclava narrações da história local com acontecimentos de âmbito nacional e internacional. Na década de 1940, sob o pseudônimo VAF, Vírgilio Alves Ferreira escrevia a coluna “Ecos do Passado” no jornal “A Semana”, em que desdobrava-se a fatos pretéritos e personalidades da história nacional e de Barretos. A coluna “Vultos do Passado”, do jornal “Correio de Barretos”, ainda nos anos 1940, se dedicava em expor biografias de personagens antigos da cidade, que em geral fizeram parte da política no início daquele século. Outra expressiva coluna foi a “Recortes”, de autoria do jornalista José Eduardo de Oliveira Menezes, no jornal “Correio de Barretos”, onde, em notas curtas, o autor registrava fatos, datas e personagens de outrora. A partir da década de 1950, outras colunas jornalísticas continuaram a dedicar-se ao registro do passado da cidade, mas isto é assunto para outra ocasião.
            Logo, Barretos também foi a terra em que homens letrados fizeram questão de deixar para nós, a posteridade, o indício daquilo que seria a nossa história. Resgatemo-la.

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