ARTIGO PUBLICADO PELA PROFª ESP. KARLA O. ARMANI, EM AGOSTO DE 2015, NO JORNAL "O DIÁRIO DE BARRETOS"
Ler uma obra de literatura é algo fascinante, pois leva
qualquer leitor à imaginação dos cenários, dos personagens e do desenrolar da
estória. Quando essa literatura pode ser contada visualmente, ou seja, por meio
das novelas, a estória pode se tornar “mais acessível” para algumas pessoas
(visto que outras ainda preferem a solta imaginação dos livros). Deste modo, as
novelas além de perpassarem o universo do visual, da fotografia e da
dramaturgia, têm ainda a característica de origem da literatura, da escrita, do
roteiro. E quando a novela e sua trama possuem temáticas da História? Neste
caso, o vídeo e a literatura ganham novos companheiros: o passado, a memória, a
cultura e a identidade.
Como a História é uma ciência que se dedica em pesquisar
metodicamente recortes temporais e problemáticas da ação humana, ela é compromissada
com as fontes e seus pesquisadores e tenta se dedicar ao mais próximo do “real”
possível. Tais características a diferem e muito das novelas, uma vez que estas
fazem parte do mundo imaginário, de um espaço em que a ficção, o irreal, o
possível e o impossível podem caminhar juntos afim de proporcionar os diversos
sentimentos ao público.
Desta
maneira, muitos críticos tecem comentários negativos a respeito das novelas que
utilizam da História como tema para a trama. No entanto, o assunto pode ser
visto de ângulos diferentes. Algumas novelas e obras literárias fazem questão
de assumirem-se como verdadeiros contos históricos, como se de fato estivessem
contando de maneira real e consolidada fatos e temas da História. Tal posição é
muito perigosa, pois assume riscos de exibir cenas errôneas, de forçar a ficção
e romances a serem históricos e reais. Por outro lado, algumas novelas fazem
questão de ilustrar que a trama nada possui de compromisso com a realidade
histórica, e sim somente usam da História como cenário e fotografia. O que não
anula a possibilidade de certas novelas se aproximarem bastante de aspectos
reais da História, como a obra de Jorge Amado “Gabriela”.
Exemplos
disso foram as duas últimas novelas brasileiras premiadas pelo “Emmy
Internacional” nos anos de 2013 e 2014: “Lado a Lado” e “Joia Rara”. Ambas com
temáticas históricas, com alguns vestígios de realidade, foram as escolhidas no
mundo como as melhores novelas daquele ano. Fato que demonstra como o público
internacional enxerga na “temática histórica” um bom cenário para a
teledramaturgia. Cenário.
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