sábado, 28 de abril de 2018

BARRETOS: TERRA DE VISITAS ILUSTRES


ARTIGO PUBLICADO PELA PROFª ESP. KARLA O. ARMANI, EM  JUNHO DE 2015, NO JORNAL "O DIÁRIO DE BARRETOS" 


            A cidade de Barretos sempre foi muito rica culturalmente, seja pelos próprios barretenses que se engajaram nas belas profissões de cultura, ou pelos visitantes que passaram por aqui deixando um legado histórico. Desde os primeiros anos do século XX, quando a cidade passava por seu processo de urbanização no centro, estiveram por aqui diversos artistas, conferencistas, cientistas, literatos e outros que, em apresentações culturais, faziam vibrar os barretenses. Para conhecer um pouco sobre este universo de “visitas ilustres”, vamos recortar o tempo nas primeiras décadas do século XX, e usar para tal as memórias registradas na obra “Reminiscências” do pesquisador Osório Rocha, destacando somente três artistas.
            Um dos mais interessantes artistas que visitou Barretos já no ano de 1914, por intermédio de Osório Rocha, foi o fotógrafo Valério Vieira. Inicialmente pintor, Valério se tornou um dos pioneiros fotógrafos brasileiros, criando a moda dos famosos retratos em preto e branco de formandos. Sua excepcional atuação fora a fotografia “Os trinta Valérios”, a qual, em 1901, elaborou uma fotomontagem retratando a si mesmo, como se estivesse participando de um sarau, em diversas posições e personagens.
Em 1917, o próprio Osório Rocha trouxe a Barretos seu amigo Américo Jacomino, que era também um exímio violonista, conhecido por “Canhoto”. Ele era famoso por fazer o dedilhado no violão com a própria mão esquerda sem precisar inverter o encordoamento. Além disso, na época que Canhoto tocava violão, este instrumento era marginalizado pela sociedade, e o artista foi um dos responsáveis por sua valorização.
Barretos recebeu em 1930 a cantora, pianista e folclorista Helena de Magalhães Castro. Talentosa artista que, ao lado do poeta Guilherme de Almeida e demais músicos, fundou a Instrução Artística do Brasil (IAB). Sua ligação com a defesa do folclore a torna ainda mais especial. Segundo Osório ela era: “amável, acessível, cativante e também grande artista. Cantou ao violão e declamou no Teatro Santo Antônio” (Vol.2, p. 130).
Vê-se a nossa terra como a receptora de grandes nomes, vultos culturais que aqui se apresentaram, contribuíram com nosso povo e hoje nos dão a honra de conhecê-los por memórias registradas. Saudemo-nos.

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