sábado, 28 de abril de 2018

Os patronos e a história da cidade

ARTIGO PUBLICADO PELA PROFª ESP. KARLA O. ARMANI, EM  JULHO DE 2015, NO JORNAL "O DIÁRIO DE BARRETOS" 


“Que tipo de ideia podemos formar de uma época se não vemos pessoa alguma nela? Se só pudermos fazer relatos generalizados, vamos apresentar apenas um deserto que chamamos de história” (Huizinga, século XIX).
            A citação acima é uma reflexão essencialmente sobre pessoas e a História. Se partirmos do princípio básico do conceito do que é História, iremos cair naquela máxima de que é “toda ação humana que atravessa o tempo”. Pois bem, percebe-se assim que a História é natural e cientificamente ligada ao homem, ou seja, às pessoas. Não há como estudar os fatos do passado sem inserir neles seus personagens.
            A primeira reflexão a respeito dos personagens históricos pauta-se no fato de que eles são reais, daqueles que fizeram de algum ponto de sua existência um momento de estudo para o futuro. Estudar e inserir personagens em textos históricos não é falar somente de grandes líderes estadistas, supostos heróis, renomados cientistas, etc. Personagens da História podem ser pessoas que resistiram, lutaram e romperam paradigmas, grupos sociais que tornaram sua identidade uma bandeira ou personagens bem próximos a nós, como antepassados imigrantes, avós, professores, líderes de bairro e até aqueles que levam o nome de nossas ruas, escolas e praças. Os patronos.
            Quando falamos de personagens da história de nossa própria cidade é ato espontâneo lembrarmos dos patronos de nossas instituições. Ou seja, de pessoas que no passado agiram ou representaram algo relevante à sociedade e por isso foram merecedores de homenagens póstumas. No caso de Barretos, vê-se na década de 1950, por exemplo, a nomeação de patronos para os antigos grupos escolares, que passaram a denominar-se “Dr. Antonio Olympio Rodrigues Vieira”; “Fausto Lex” e “Cel. Almeida Pinto”.
            Sendo assim, quantos barretenses param para pensar quem foi a pessoa que leva o nome da escola em que estuda ou da rua em que mora? É importante que saibamos quais atos destes patronos o tornaram dignos de uma homenagem eterna, não para fazermos condecorações ou torná-los heróis, mas sim para entendermos a construção da história da nossa própria cidade e de seus personagens. Avançando mais, que nos atentemos às atuais nomeações de patronos que a Câmara Municipal de Barretos tem feito em formas de leis; afinal estas homenagens precisam ser aos atos das pessoas na história da cidade e não à política. Nossos patronos, nossa história, nossa Barretos.   

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