ARTIGO PUBLICADO PELA PROFª ESP. KARLA O. ARMANI, EM JULHO DE 2015, NO JORNAL "O DIÁRIO DE BARRETOS"
“Que tipo de ideia podemos formar de uma época se não vemos pessoa
alguma nela? Se só pudermos fazer relatos generalizados, vamos apresentar
apenas um deserto que chamamos de história” (Huizinga,
século XIX).
A
citação acima é uma reflexão essencialmente sobre pessoas e a História. Se
partirmos do princípio básico do conceito do que é História, iremos cair
naquela máxima de que é “toda ação humana que atravessa o tempo”. Pois bem,
percebe-se assim que a História é natural e cientificamente ligada ao homem, ou
seja, às pessoas. Não há como estudar os fatos do passado sem inserir neles seus
personagens.
A
primeira reflexão a respeito dos personagens históricos pauta-se no fato de que
eles são reais, daqueles que fizeram de algum ponto de sua existência um
momento de estudo para o futuro. Estudar e inserir personagens em textos
históricos não é falar somente de grandes líderes estadistas, supostos heróis,
renomados cientistas, etc. Personagens da História podem ser pessoas que
resistiram, lutaram e romperam paradigmas, grupos sociais que tornaram sua
identidade uma bandeira ou personagens bem próximos a nós, como antepassados
imigrantes, avós, professores, líderes de bairro e até aqueles que levam o nome
de nossas ruas, escolas e praças. Os patronos.
Quando
falamos de personagens da história de nossa própria cidade é ato espontâneo
lembrarmos dos patronos de nossas instituições. Ou seja, de pessoas que no
passado agiram ou representaram algo relevante à sociedade e por isso foram
merecedores de homenagens póstumas. No caso de Barretos, vê-se na década de
1950, por exemplo, a nomeação de patronos para os antigos grupos escolares, que
passaram a denominar-se “Dr. Antonio Olympio Rodrigues Vieira”; “Fausto Lex” e
“Cel. Almeida Pinto”.
Sendo
assim, quantos barretenses param para pensar quem foi a pessoa que leva o nome
da escola em que estuda ou da rua em que mora? É importante que saibamos quais
atos destes patronos o tornaram dignos de uma homenagem eterna, não para
fazermos condecorações ou torná-los heróis, mas sim para entendermos a
construção da história da nossa própria cidade e de seus personagens. Avançando
mais, que nos atentemos às atuais nomeações de patronos que a Câmara Municipal
de Barretos tem feito em formas de leis; afinal estas homenagens precisam ser
aos atos das pessoas na história da cidade e não à política. Nossos patronos,
nossa história, nossa Barretos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário